terça-feira, setembro 27, 2005

Throvas a respeytho da negação de Deus em parcerya com Aphonso Robertho sendo as throvas ímpares mynhas y as pares, de meu parceyro

A mesquita tão medonha!
Belo templo de Javé!
O tal Deus é a maconha
Que se fuma com colher

Que se fuma com colher
Que é de prata e de ouro
Roubada de homem, mulher
Tirada de sangue e couro

Tirada de sangue e couro
De toda a alienação
De quem tem medo de agouro
E dos castigos do cão

E dos castigos do cão
Todo mundo tem temor
E foge da danação
Cultuando com fervor

Cultuando com fervor
A enganação celeste
Que considera a dor
Como uma forma de teste

Como uma forma de teste
Perdura a exploração
Que semeia essa peste
Chamada religião

Chamada religião
É o truque de papel
Que transforma a privação
Em caminho para o céu

Em caminho para o céu
Estão milhões de otários
Que esperam rios de mel
E também santos sudários

E também santos sudários
Com a face de Jesus
Que pregando aos operários
Foi pregado numa cruz

Foi pregado numa cruz
Dizem que ressucitou
Acompanhado de luz
Na verdade, putrefou

Na verdade, putrefou
E a bactéria cristã
Diz a lenda, o achou
Mais gostoso que a maçã

Mais gostosa que a maçã
Que Eva deu a Adão
Diz qualquer índio xamã:
"É lenda, enganação"

"É lenda, enganação"
Dizem todos os ateus
Considerando a razão
O maior e melhor deus

O maior e melhor deus
Por muitos considerados
É pelos príncipios meus
Gozado e avacalhado

Gozado e avacalhado
Seja tristeza ou gozo
Pro coitado e pro ladrão
Esse Deus é perigoso

Esse Deus é perigoso
Pega até na traição
Mata o religioso
E cura quem é ladrão

E cura quem é ladrão
E mata os inocentes
Criando um furacão
Traz choro e ranger de dentes

Traz choro e ranger de dentes
Disfarçado de amor
Adentra as nossas mentes
Matando-as sem pudor

Matando-as sem pudor
Enganando o boboca
Que agradece ao Senhor
Por café com tapioca

Por café com tapioca
Até a puta trabalha
Que maneja a piroca
Andando numa navalha

Andando numa navalha
Observando com fé
A montanha que sem falha
Vai até o Maomé

Vai até o Maomé
No trenó do Pai Noel
Ou na arca de Noé
Passeando pelo céu

Passeando pelo céu
Os anjinhos do Senhor
Que entrando no bordel
Depositam seu amor

Depositam seu amor
Na buceta das vadias
Que às custas do Criador
Passam todos os seus dias

Passam todos os seus dias
Ignorando a lei:
Com celestes melodias
É que o pobre vira rei

É que o pobre vira rei
Essa, a maior desculpa
Contudo, perdoarei
Esses pobres não têm culpa

Esses pobres não têm culpa
Pois nem Sherlock suspeita
Que o motivo é que se agrupa
Trilho de bitola estreita

Trilho de bitola estreita
Nem todo vagão suporta
E Deus, que o mundo respeita
Fechada achará a porta

Fechada achará a porta
Do louco divino trem
Que leva à gente morta
As vãs falácias do além

As vãs falácias do além
Só engole quem não presta
Mas de graça como vem
Até injeção na testa

Até injeção na testa
Do Senhor do reino eterno
Que sabendo de uma festa
Se mandou para o inferno

Se mandou para o inferno
Para poder festejar
Trajou-se com fino terno
Com putas pra acompanhar

Com putas pra acompanhar
Mas se esqueceu do chicote
E teve de agüentar
Doze putas no cangote

Doze putas no cangote
Gritaria de lascar
Então Deus bradou seu mote:
"Meu filho vai te guiar"

"Meu filho vai te guiar"
E Jesus obedeceu
Levou-as para o altar
Queixou um pouco e comeu

Queixou um pouco e comeu
Sem anticoncepcional
E a puta que fodeu
Terá um filho infernal

Terá um filho infernal
Ou seja, um trovador
Que como nós faz o mal
Virar remédio e doutor

Virar remédio e doutor
Não exige muito estudo
Basta coragem e amor
Assim como o barbudo

Assim como o barbudo
Derrubou com aviões
O tal Deus que se diz tudo
Derruba com furacões

Derruba com furacões
Derruba com terremotos
Derruba com emoções
Derruba com maremotos

Derruba com maremotos
Pobres surfistas de Cristo
E quem anda sobre motos
Sem carteira e sem visto

Sem carteira e sem visto
Que a Igreja fornece
O coitado é mal visto
E para sempre padece

E para sempre padece
Dentro de um caixão
O destino que merece
Tudo que se diz cristão

Tudo que se diz cristão
Vale nenhuma moeda
Nem sequer um só tostão
Cai junto na mesma queda

Cai junto na mesma queda
Sem caviar ou champagne
O seu cerébro se veda
Que até comer a mãe

Que até comer a mãe
Incesto pecaminoso
Ele diz: "Mamãe, me banhe"
E aproveita saudoso

E aproveita saudoso
A boa graça materna
Ainda anda esperançoso
De obter a vida eterna

De obter a vida eterna
É a vontade do ser
Mas, além da sua perna
Tudo vai apodrecer

Tudo vai apodrecer
Até bucetas, pois, brade:
Tratem logo de comer
No prazo de validade

No prazo de validade
Muitas mentes não estão
Por pura necessidade
Caminham na contra-mão

Caminham na contra-mão
Não querem interno pô-lo
Proíbe a religião
O tal Deus virou consolo

O tal Deus virou consolo
Do mais rico ao primata
Do esperto ao mais tolo
Das moças é serenata

Das moças é serenata
Tão melódica e feliz
Que com celeste cantata
Harmoniza e bem condiz

Harmoniza e bem condiz
Com a mente do otário
De mentira é chafariz
De babacas é aquário

De babacas é aquário
Desses peixes enganados
Em vez de neurônios há bário
São um antro de abestados

São um antro de abestados
Condicionados e cegos
De Deus eles são soldados
Confortando os seus egos

Confortando os seus egos
Nas almofadas de mentira
Temem a cama de pregos
Que é Deus com sua ira

Que é Deus com sua ira
Um grande aproveitador
Diz para o cristão: "se vira
E me dá o seu amor"

sexta-feira, setembro 16, 2005

O sangue que lava a sala

Minha esposa, no chão, nua
Uma lágrima transborda
Amarrada numa corda
E o peito em carne crua

Os meus filhos estuprados
Toda a sala feito pranto
Como fosse um simples canto
De tristeza dos coitados

O braçinho da mais nova
Morto no canto da sala
Que atirarei na vala
Ou enterrarei na cova

Resta da filha do meio
Feridas e mais feridas
Cheiro de inseticidas
Parte apenas de um seio

Do meu filho, o puro falo
Foi repartido em sete
Usando do canivete
E nada mais posso dá-lo

Os meus filhos em pedaços
E eu não posso defendê-los
Vendo o sangue nos cabelos
Que agora não têm laços...

O que sabes de mim?

Sabes, senhora, que tenho eu passado?
Sabes acaso qual dor me apavora?
Qual é o ombro em que a alma chora?
Quais são as lágrimas que tem chorado?

Sabes, senhora, o que é não ser amado
Na hora do choro, no choro da hora
Ver a amada de pé indo embora
Quando você chora ajoelhado?

E chorando gelo no frio do inverno
Veja minha vida é puro penar
Triste minha alma passeia no inferno

Por um alguém que eu não posso amar
Choro, mas choro um choro eterno
E tu me pedes para não chorar...

quarta-feira, setembro 07, 2005

A súplica ao avião

Avião, eu tenho um tio
Que em defesa do Brasil
Foi embora pra Campinas
E agora, avião
Meu pequeno coração
Se aperta em dores finas

São as dores da saudade
Que apesar da minha idade
Sinto que em mim existe
Você voa pelo céu
Ele cumpre seu papel
E eu fico longe e triste

Avião, o que eu faço
Para ter aquele abraço
Que me aperta e não solta?
Avião, faz um favor
Te dou todo meu amor
Mas traz o meu tio de volta...