sexta-feira, setembro 16, 2005

O sangue que lava a sala

Minha esposa, no chão, nua
Uma lágrima transborda
Amarrada numa corda
E o peito em carne crua

Os meus filhos estuprados
Toda a sala feito pranto
Como fosse um simples canto
De tristeza dos coitados

O braçinho da mais nova
Morto no canto da sala
Que atirarei na vala
Ou enterrarei na cova

Resta da filha do meio
Feridas e mais feridas
Cheiro de inseticidas
Parte apenas de um seio

Do meu filho, o puro falo
Foi repartido em sete
Usando do canivete
E nada mais posso dá-lo

Os meus filhos em pedaços
E eu não posso defendê-los
Vendo o sangue nos cabelos
Que agora não têm laços...

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei os seus poemas

Pedro Roney disse...

Liliane, obrigado ae pelo apreço ;) quem sabe a gente possa conversar mais sobre isso... Coloca aí uma forma da gente se comunicar. Se quiser me adiciona no orkut, Nome: Pedro Roney . Abração ae pra ti.