Quando o mundo inteiro aponta estranha seta
E o outro mundo inteiro toma nota
Quando sabe ao certo a direção correta
E o sábio vem dizer todo janota
Que seguir a multidão é ser pateta
Bom da vida é seguir a nova rota
Alisando suas barbas de profeta
E pagando das cachaças sua cota
Não ouvir essas besteiras de poeta
Botando a calça e até calçando a bota
Costurando na fazenda mais discreta
As cabeças desse gado que se esgota
Nos perigos de se ser um mente aberta
(Bem menores do que os de abrir a porta)
Se constrói pouco a pouco a rota certa
Já cortada por atalhos que se corta
Nos retalhos que se compra por oferta
Nesse bolo ou estrada que é torta
No momento em que o coração se aperta
Dilatando em latas toda a artéria aorta
É que vemos que a estrada mais deserta
São desertos em que a própria mãe aborta
E se olharmos com o olhar do mais alerta
Notaremos pelos becos gente morta
Nas entranhas dessa gente que não presta
Nos joelhos dessa gente se prosta
Nesse mundo, quem enfrenta fica a testa
Mas quem foge, o covarde, fica a costa
Que um tiro, nesse fôlego que resta
Derradeira convulsão do que se gosta
Não transforme essas fezes numa festa
Nem transforme minha torta em pura bosta
Na passagem dessa vida tão funesta
Na postagem que correio nenhum posta
Entre a vida e a morte, parto desta
Pois daquela já no parto se desgosta!
terça-feira, janeiro 22, 2008
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