terça-feira, fevereiro 26, 2008

Freirinha Incontrolável

A freira impaciente com colheres

Passara o dia na cozinha do convento

Mister de preparar o alimento

Pra todas outras freiras, só mulheres



Dez já muito velhas, duas gêmeas,

Dez branquinhas e uma branca e meia

Quatro negras e uma muito feia

Em todo lado só havia fêmeas


Impaciente, desejava um macho

Pra lhe apertar a bunda de saúva

Ou então pra lhe chupar a uva

Melhor ainda se chupasse o cacho


Passou pelo jardim e olhou um galho

Pegou da faca e o deixou bem liso

Passou óleo e fez o que é preciso

Para usá-lo à guisa de caralho

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Mudar de idéia

Filosofo. Vida e morte - nada apenas
Só promessas de um deus ou de algum clero
Como fossem poemas de Homero
Recitados pelas praças de Atenas

Ou poesias para seduzir pequenas
Dos românticos no mundo mais sincero
E até mesmo eu dizendo que não quero
Já aplicam em minha mente as mesmas cenas

Filme besta, me renego a assisti-lo
Grito, berro, corro, faço alarde
Na pequenez e na força do bacilo

Se a idéia na cabeça ainda arde
Me imponho um hospício ou um asilo
Mas temendo que agora seja tarde

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Apocalipse Atômico

Dá-se início genocídios e assassínios
Rolam cabeças brancas de semitas,
árabes, judeus e de camitas
egípicios, bérberes e absínios

Jorra sangue branco de eslavos
russos, os coitados dos polacos
misturados com tchecos e eslovacos
ucranianos e até mesmo iuguslavos

O germano já sucumbe hipocondríaco
Com teutões, suíços e ingleses
Na brancura de cinco neerlandeses
Empurrada boca a dentro do austríaco

Dizima-se homens nus, todos os índios
Os mongóis, esquimós e tibetanos
Os malaios, polinésios, turcomanos
Com chineses, samoledos e ameríndios.

E o horror do sangue preto chega a Deus
Rezam mortos sudaneses e hotentotes
Bantos, drávidas e vedas, em magotes
Enterrados com cinqüenta pigmeus

Que resta do mundo sem as raças?
Só cheiro do sangue que sai do corte
Só cheiro desse pus, da própria morte
Só cheiro das misérias das desgraças

Que guerreiro legionário ou hoplita
É capaz de acabar o mundo inteiro
Lhe deixando nada mais além de cheiro
Dessa morte, morte propriamente dita?

Um terror que o mundo inteiro tomba
O que podia ser um simples genocídio
Se tornou o que se chama suicídio
Num estilhaço mais atômico da bomba.