segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Apocalipse Atômico

Dá-se início genocídios e assassínios
Rolam cabeças brancas de semitas,
árabes, judeus e de camitas
egípicios, bérberes e absínios

Jorra sangue branco de eslavos
russos, os coitados dos polacos
misturados com tchecos e eslovacos
ucranianos e até mesmo iuguslavos

O germano já sucumbe hipocondríaco
Com teutões, suíços e ingleses
Na brancura de cinco neerlandeses
Empurrada boca a dentro do austríaco

Dizima-se homens nus, todos os índios
Os mongóis, esquimós e tibetanos
Os malaios, polinésios, turcomanos
Com chineses, samoledos e ameríndios.

E o horror do sangue preto chega a Deus
Rezam mortos sudaneses e hotentotes
Bantos, drávidas e vedas, em magotes
Enterrados com cinqüenta pigmeus

Que resta do mundo sem as raças?
Só cheiro do sangue que sai do corte
Só cheiro desse pus, da própria morte
Só cheiro das misérias das desgraças

Que guerreiro legionário ou hoplita
É capaz de acabar o mundo inteiro
Lhe deixando nada mais além de cheiro
Dessa morte, morte propriamente dita?

Um terror que o mundo inteiro tomba
O que podia ser um simples genocídio
Se tornou o que se chama suicídio
Num estilhaço mais atômico da bomba.

Nenhum comentário: