quinta-feira, fevereiro 03, 2005

O tamanduá e o bezerro, fábula infantil

Encarceraldo era um bezerrinho maroto. Não obstante isso, todo domingo ia à lagoa Igrejiaçu para beber água e assistir à missa do Peixe-espadre, o sacerdote da fazenda. Ele, o bezerro, se orgulhava de morar naquele recanto onde podia pastar o dia inteiro sem incômodos; visto que o dono da fazenda, bicho-homem, sempre estava disposto a protegê-lo com sua espingarda de cano duplo.
Todo dia, um certo tamanduá que tinha por nome Parcimonioso passava ao redor da fazenda e escutava os orgulhos os quais Encarceraldo forcejava por trazer a insulto.
- Nada melhor que minha fazenda. Tenho proteção, água, carinho. Isso é um sonho. É muito diferente dessa vida selvagem de um comedor de formigas...
Parciomonioso, Niozinho para os mais chegados, não saiu de sua sobriedade e permanecia em silêncio diante dos regozijos do bezerro. Ele era um sábio, creio. Só não usava óculos porque formiga faz bem pra vista.
Certa época, porém, uma intensa seca sobreveio à região. Em dois tempos, a lagoa secou; em quatro tempos, o Peixe-espadre morreu; e, em oito tempos, o bicho-homem foi embora para a cidade grande. Sozinho, sem água e comida, Encarceraldo falecia em frente ao tão achincoalhado Niozinho. Então, o tamanduá entrou na fazenda e jogou aquela carcaça fora. De agora em diante, a fazenda tinha outro dono.
Parcimonioso dormia no aconchego da fazenda e de manhã ia atrás de comer formigas - por que não? - algumas fêmeas de sua espécie, coisa que o solitário Encarceraldo nunca soube o que é.

Moral 1: A verdadeira liberdade não é está dentro ou fora da fazenda, mas é entrar e sair a hora que bem entender.

Moral 2: Quem não tem fêmea se contenta com água e capim.

Um comentário:

Anônimo disse...

hiaeiuhire
fabula massoh..

;P


/alsf