domingo, julho 06, 2008

Epístola a minha amada II

Amor da minha vida, lembre disto:
Pra ti é que entrego minha arte
Contrariando a frase de Descartes
Sem você, eu penso e não existo

Quando escuto o toque polifônico
Mesmo você sendo evangélica
Vejo uma virtude aristotélica
No nosso glorioso amor platônico

Espero que esse amor, que é panacéia,
Não perca todo brilho e toda luz
Por causa de sua crença em Jesus
Voltando assim ao Mundo da Idéia

Falo isso agora e ainda insisto
Para que não falhe num certame
Mesmo eu não espero que me ame
Mais do que já ama ao próprio Cristo

Faço um compromisso nesta data
Se for realmente o que deseja
Caso e faço festa na Igreja
E uso aliança de ouro ou prata

Se o nosso amor tomar materialismo
E nasce um fruto vivo da paixão
Convido pra padrinho meu irmão
Prometo que irei ao seu batismo

Quero me casar, não ser seu dono
Pra dividir a cama e a vida inteira
Deixo sua Bíblia a cabeçeira
E rasgo as Playboy's que coleciono

Agora a condição pro matrimônio:
Não venha me obrigar a ter um Deus
Pois eu pertenço ao grupo dos ateus
Não acredito em Deus nem em Demônio...

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