Iluminava nossas almas na areia
Eu sentado ouvindo o canto da sereia
E deitada ao meu lado a moça nua
Verde a noite, verde o mar e verde o olho
Serena, o cabelo já sem trança
E sentindo em mim a própria segurança
Era tranca, grade, alarme, sol, ferrolho
Eu olhava admirando e assim me veio
A vontade de beijar-lhe o mamilo
Me contive. Num instante de cochilo
Não contive minha mão. Toquei-lhe o seio
Acordara, mesmo assim não se mexia
Abriu o olho e fechou, a piscadela
E deitada sobre a areia era mais bela
E a areia nessa noite era mais fria
E respondeu ao leve toque com calor
E eu sentia em minha mão o gesto lento
Do mamilo se adequando ao sentimento
Da mulher que se prepara para o amor
Dei-lhe um beijo, mas permaneceu parada
Respirava, e agora um pouco mais profundo
Inspirando todo amor que há no mundo
E expirando o prazer de ser amada
Inerte ao meu carinho, a todo toque
Apelei, impaciente com a menina,
E coloquei-lhe minha língua na vagina
Esperando reação, ou algum choque
Nada. Imóvel, uma pedra já sem vida
Salvo algumas contrações que eu sentia
Em minha boca e alguma coisa que escorria
Com o gosto de uma fruta indefinida
Desisti. Necrofilia não aceito
Decidi voltar pra casa assim ligeiro
Encostar minha cabeça ao travesseiro
Mas querendo a maciez daquele peito
Levantei-me já estava decidido
Olhei aquela pedra sem desejo
E despedindo-me no derradeiro beijo
Escutei a sua voz em meu ouvido
"Adorei aquele toque no meu seio
Adorei aquele beijo em minha boca
E por dentro estremeci como uma louca
Ao sentir a sua língua bem no meio
Não se abandona dessa jeito a moça nua
Quero você e sei também que você quer
Entra em mim, me faz feliz, me faz mulher
Acelera, vem mais forte, continua..."
E se amaram desde a areia até o mar
Vendo o verde nos olhinhos de princesa
Maravilhosa, encontrou sua beleza
Nessa bela maravilha de se amar!
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