quarta-feira, novembro 14, 2007

Conselho de amigo

Deixo aqui essas palavras sob a lei
Às mulheres que ficaram no desejo
Na espera da ardência do meu beijo
Que quiseram meu amor, e não lhes dei

Deixo isso aos corações que se partiram
Aguardando o toque de um lábio doce
Ou até mesmo se amargo o lábio fosse
Só quiseram o meu beijo, e não pediram

Deixo aos corpos que à noite se fizeram
A esperança que esquentava a essas damas
Se reviravam enlouquecidas pelas camas
Queriam meu amor, e não disseram

Deixo à vergonha no altar da vergonhice
Da donzela que no quarto feito breu
Queria ter meu corpo sobre o seu
Só queria, bem queria, não me disse

Deixo à lágrima que ao rosto se destila
Escorrendo até as pontas do cabelo
Fazia-me de amor, e eu sem sê-lo
Queria ser feliz, e eu não fi-la

Deixo agora às moças cheias de recato
Que queriam minha boca e minha idade
Sem palavras, a vontade é só vontade
Com palavras, a vontade vira fato

Deixo ao rubro dessa face de guria
E ao piercing sobre a língua feito trava
Se dissesse que queria, eu lhe amava
E pedisse um beijo meu, eu beijaria

Se a paixão em ti fincar sua raíz
Eis que deixo esse conselho para a amiga
Sinta, sem pudores, peça, diga
Se o beijo e o amor te faz feliz

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