quarta-feira, outubro 17, 2007

Necrofilia

E na mansão que reside o mistério

Entre as carnes putrefatas do dilema

Um sorriso incontido de poema

No cálcio morto de um dento em cemitério


E no crânio rachado do desvelo

Na ausência de idéias moribundas

Incrustada com raízes já profundas

A beleza dos cachinhos nos cabelos


Entre a miséria que nas covas jaz

Depois do álcool, já estando zonzo

Ver no complexo de um arco esconso

A perfeição que vem do arco capaz


E nos mamilos de uma morta-viva

Senti a rosa que em seu peito brota

E calculando e desenhando a cota

Nas agonias de uma Descritiva


Míope, lendo no epitáfio: “Aqui jaz Doris,

Morreu aos 15 e assim foi ninfeta

Gozou sentindo um prazer na teta

Que não sentira ainda em seu clitóris”

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