quarta-feira, dezembro 29, 2004

As pontas do meu chapéu

De manhã, minha criada vem e banha
Esse corpo tão franzino e infantil
Anoitecendo, vem salvar-me desse frio
Com as cantigas populares da Alemanha

Chapéu, três pontas, propriedade e egoísmo...
Pobres neurônios meus entram em convulsão
E junto a ácidos (patológica união)
Fazem da mente o lar do nada e do abismo

Num suicídios de facetas momentâneas
Faço o trajeto do céu ao inferno a pé
Vejo a moontanha indo até o Maomé
Reúno as minhas orações em coletâneas

Ó fonte nobre de toda sabedoria
Ó preces mil destinadas ao diabo
Que as tomando em suas mãos de moço brabo
Lança ao fogo toda a Terra em agonia

Três mil chapéis, algumas mães, milhões de pontas
Duzentas cabras pra satisfazer crianças
E para que as mulherem entrem nas danças
Vários chicotes, tantos que perdi a conta

Aritmética mundana e maldita
Na qual trabalho desleixado e sem afindo
Para diabos, bastam duzentos e cinco
E apenas um, eu, para ser o sibarita!

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