Texto de autoria de Guaicaipuro Cautémoc, cacique latino-americano em reunião com os chefes de estado da Comunidade Européia
Eu, Guaicaipuro Cautémoc, descendente dos que povoaram a américa há 40 mil anos, vim aqui encontrar os que nos encontraram há apenas 500 anos. O irmão advogado europeu me explica que aqui toda dívida deve ser paga, ainda que para isso se tenha que vender seres humanos ou países inteiros. Pois bem! Eu também tenho dívidas a cobrar. Consta no arquivo das índias ocidentais que entre os anos de 1503 e 1660, chegaram à europa 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata vindos da minha terra!... Teria sido um saque? Não acredito. Seria pensar que os irmãos cristãos faltaram a seu sétimo mandamento. Genocídio?... Não. Eu jamais pensaria que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão. Espoliação?... Seria o mesmo que dizer que o capitalismo deslanchou graças à inundação da europa pelos metais preciosos arrancados de minha terra! Vamos considerar que esse ouro e essa prata foram o primeiro de muitos empréstimos amigáveis que fizemos à europa. Achar que não foi isso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que me daria o direito de exigir a devolução dos metais e a cobrar indenização por danos e perdas. Prefiro crer que nós, índios, fizemos um empréstimo a vocês, europeus. Ao comemorar o quinto centenário desse empréstimo, nos perguntamos se vocês usaram racional e responsavelmente os fundos que lhes adiantamos. Lamentamos dizer que não. Vocês dilapidaram esse dinheiro em armadas invencíveis, terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo. e acabaram ocupados pelas tropas da OTAN. Vocês foram incapazes de acabar com o capital e deixar de depender das matérias primas e da energia barata que arrancam do terceiro mundo. Esse quadro deplorável corrobora a afirmação de milton friedmann, segundo o qual uma economia não pode depender de subsídios. Por isso, meus senhores da europa, eu, guaicaipuro cautémoc, me sinto obrigado a cobrar o empréstimo que tão generosamente lhes concedemos há 500 anos. E os juros. É para seu próprio bem. Não, não vamos cobrar de vocês as taxas de 20 a 30 por cento de juros que vocês impõem ao terceiro mundo. Queremos apenas a devolução dos metais preciosos, mais 10 por cento sobre 500 anos. Lamento dizer, mas a dívida européia para conosco, índios, pesa mais que o planeta terra!... E vejam que calculamos isso em ouro e prata. Não consideramos o sangue derramado de nossos ancestrais! Sei que vocês não têm esse dinheiro, porque não souberam gerar riquezas com nosso generoso empréstimo. Mas há sempre uma saída: entreguem-nos a europa inteira, como primeira prestação de sua dívida histórica.
quarta-feira, dezembro 29, 2004
Trovas a vagi
Texto de autoria de Afonso Roberto, poeta mancebo em sala de aula.
[ www.afonsukhoi.blogspot.com ]
Menina de treze anos
Considerada ninfeta
Tem virgens e puros ânus
Seios, boca e ...
Nenhum pau jamais ousou
A vagina molestar
Se o tempo não chegou
Já está para chegar
Quando ela se depara
Com uma tromba na frente
Tem dúvida se encara
Ou se foge velozmente
Menina que não tem medo
Que já perdeu o temor
Se consola com o dedo
Ou então com vibrador
No final, o pênis vence
O orgulho vaginal
Que ela sempre pense
Antes de pegar num pau!
[ www.afonsukhoi.blogspot.com ]
Menina de treze anos
Considerada ninfeta
Tem virgens e puros ânus
Seios, boca e ...
Nenhum pau jamais ousou
A vagina molestar
Se o tempo não chegou
Já está para chegar
Quando ela se depara
Com uma tromba na frente
Tem dúvida se encara
Ou se foge velozmente
Menina que não tem medo
Que já perdeu o temor
Se consola com o dedo
Ou então com vibrador
No final, o pênis vence
O orgulho vaginal
Que ela sempre pense
Antes de pegar num pau!
Poema deísta nº 1nico
Ó jovem menina de alma imatura
Não reclames de Deus todo-poderoso
Se Ele mandou um terromoto à Terra
Para destruir prédios e te colocar sob os escombros de um deles
Não reclames de Deus, aceite o trágico destino humano
Ore com veemência parar teres um lugar no paraíso
Ó pequeno africano condenado ao inferno
Se o Deus da bondade não te enviou anjos
Para te anunciarem o Nosso Senhor Jesus
É porque continuas a adorar outros deuses
E o que te resta é o lar dos diabos
Ó mulher africana com a fome na veia
Não reclames de Deus que não joga o maná
Alimento exclusivo de um povo escolhido
Se a tua terra é árida e não dá frutos
Se o teu filho chora de noite e de dia
Agradeça a Deus de dia e de noite
Deves amar ao Senhor acima da fome
Ó todos os portadores de defeitos genéticos
Escolhidos a dedo pelo Pai do Céu
Fostes agraciados com a graça divina
Deus fez um retoque especial em vós
Ó adolescente da grande cidade
Não vá copular com a linda menina
Pois matrimônio é a vinda do Espírito
E sem ele o que vós fizereis é pecado
Lute contra si, lute contra a natureza
Todos os seus desejos provêm do maligno
Ó homem queimado no velho vulcão
Não reclames de Deus, não reclames do fogo
Ele é apenas amostra do poder divinal
Ó homem que teve o filho afogado
Pela forte enchente da chuva celeste
A criança dormia na rede tranqüila
Ela nada falou, nem tinha seis meses
É Deus, é Deus demonstrando que é o Senhor
Que ninguém deste mundo pode superá-lo
Se um raio transmite ao teu mero corpo
Tensão elétrica insuportável
Se o tornado te mata e destrói tua casa
Se o vírus ataca toda a tua cidade
Se a bactéria preambula nas ruas cardíacas
Não reclames de Deus todo-poderoso
Aceita o presente como fosse um bom menino
Ó velho sedento no arenoso ermo
Se a água te falta para a sobrevivência
Se o calor a água que tinhas por dentro
Olha para o céu, veja o sol
É criação divina e magnânima
Ajoalha-te na areia e reza
Mesmo que ninguém jamais te tenha falado de Deus
Reza a Jesus para que salve a tua alma
Tantos pecados tu já cometeste
Ó homens inteiros de todos os cantos
Rezem, rezem, Deus é bom
Deus é bom, Ele ama seus filhos
Não reclamem de Deus, Deus é bom!
Não reclames de Deus todo-poderoso
Se Ele mandou um terromoto à Terra
Para destruir prédios e te colocar sob os escombros de um deles
Não reclames de Deus, aceite o trágico destino humano
Ore com veemência parar teres um lugar no paraíso
Ó pequeno africano condenado ao inferno
Se o Deus da bondade não te enviou anjos
Para te anunciarem o Nosso Senhor Jesus
É porque continuas a adorar outros deuses
E o que te resta é o lar dos diabos
Ó mulher africana com a fome na veia
Não reclames de Deus que não joga o maná
Alimento exclusivo de um povo escolhido
Se a tua terra é árida e não dá frutos
Se o teu filho chora de noite e de dia
Agradeça a Deus de dia e de noite
Deves amar ao Senhor acima da fome
Ó todos os portadores de defeitos genéticos
Escolhidos a dedo pelo Pai do Céu
Fostes agraciados com a graça divina
Deus fez um retoque especial em vós
Ó adolescente da grande cidade
Não vá copular com a linda menina
Pois matrimônio é a vinda do Espírito
E sem ele o que vós fizereis é pecado
Lute contra si, lute contra a natureza
Todos os seus desejos provêm do maligno
Ó homem queimado no velho vulcão
Não reclames de Deus, não reclames do fogo
Ele é apenas amostra do poder divinal
Ó homem que teve o filho afogado
Pela forte enchente da chuva celeste
A criança dormia na rede tranqüila
Ela nada falou, nem tinha seis meses
É Deus, é Deus demonstrando que é o Senhor
Que ninguém deste mundo pode superá-lo
Se um raio transmite ao teu mero corpo
Tensão elétrica insuportável
Se o tornado te mata e destrói tua casa
Se o vírus ataca toda a tua cidade
Se a bactéria preambula nas ruas cardíacas
Não reclames de Deus todo-poderoso
Aceita o presente como fosse um bom menino
Ó velho sedento no arenoso ermo
Se a água te falta para a sobrevivência
Se o calor a água que tinhas por dentro
Olha para o céu, veja o sol
É criação divina e magnânima
Ajoalha-te na areia e reza
Mesmo que ninguém jamais te tenha falado de Deus
Reza a Jesus para que salve a tua alma
Tantos pecados tu já cometeste
Ó homens inteiros de todos os cantos
Rezem, rezem, Deus é bom
Deus é bom, Ele ama seus filhos
Não reclamem de Deus, Deus é bom!
Tristeza de morte
Sabe quando a treva se torna aurora?
Sabe quando o universo fecha as portas?
Sabe quando os dentes são sombras mortas?
Sabe quando a mão fecha e boca chora?
E quando desespero impõe seu reino?
E quando os anjos da tristeza acordam
Com dólares rasgados nos subornam
Aprontando suas flechas pro treino?
O mundo se torna incompreensão!
Deixamos que a podre amargura invada
As nossas mentes se tornam fada
Cheia de pétalas de solidão
Assim, o destino desfaz a sorte
Rasgamos maquiagens da mentira
Trancamos tudo com a chave da ira...
Hoje sei o que é tristeza de morte!
Sabe quando o universo fecha as portas?
Sabe quando os dentes são sombras mortas?
Sabe quando a mão fecha e boca chora?
E quando desespero impõe seu reino?
E quando os anjos da tristeza acordam
Com dólares rasgados nos subornam
Aprontando suas flechas pro treino?
O mundo se torna incompreensão!
Deixamos que a podre amargura invada
As nossas mentes se tornam fada
Cheia de pétalas de solidão
Assim, o destino desfaz a sorte
Rasgamos maquiagens da mentira
Trancamos tudo com a chave da ira...
Hoje sei o que é tristeza de morte!
A importância das coisas
O passarinho sem penas
Ainda dentro do ovo
Comendo o seu vitelo
Ficando grande e gordo
Solitário em seu mundo
Sem saber o que é outro
Mas mesmo assim desejando
Conhecer o fora, o todo
Até que quebra a casca
Se desfaz dessa gaiola
Olha as palhas do seu ninho
Surpreende, casa nova
Aos poucos se acostuma
E ai não se conforma
Já tem penas, quer voar
Quer abrir mais uma porta
O pássaro insaciável
Com mais nada se contenta
Sempre quer ir adiante
Quer ver a outra cena
E de cena em cena ir
Conhecer todo o cinema
Querer sempre mais um pouco
Bendito mal de nascença
Se tudo tem um limite
Chega o limiar da vida
Ovo, ninho, céu, floresta
Velhice, morte, sina
A rebeldia é engano
A morte não cicatriza
Ela vem sempre certeira
Sempre morre, a coisa viva
De que adianta tanta busca
De que adianta ser um mangue
Vivendo no rio da vida
Com sal da morte no sangue
A morte acaba o existente
Só o vazio resta e brame
Essa passagem leva ao nada
Logo, nada é importante
Ainda dentro do ovo
Comendo o seu vitelo
Ficando grande e gordo
Solitário em seu mundo
Sem saber o que é outro
Mas mesmo assim desejando
Conhecer o fora, o todo
Até que quebra a casca
Se desfaz dessa gaiola
Olha as palhas do seu ninho
Surpreende, casa nova
Aos poucos se acostuma
E ai não se conforma
Já tem penas, quer voar
Quer abrir mais uma porta
O pássaro insaciável
Com mais nada se contenta
Sempre quer ir adiante
Quer ver a outra cena
E de cena em cena ir
Conhecer todo o cinema
Querer sempre mais um pouco
Bendito mal de nascença
Se tudo tem um limite
Chega o limiar da vida
Ovo, ninho, céu, floresta
Velhice, morte, sina
A rebeldia é engano
A morte não cicatriza
Ela vem sempre certeira
Sempre morre, a coisa viva
De que adianta tanta busca
De que adianta ser um mangue
Vivendo no rio da vida
Com sal da morte no sangue
A morte acaba o existente
Só o vazio resta e brame
Essa passagem leva ao nada
Logo, nada é importante
Poema subterrâneo
Não quero mais saber de céus, de estrelas
De nada que o mundo ache superior
Eu quero as brasas e quero vê-las
Escorrendo em meus olhos, lavando a dor
Quero o fogo, as mágoas e os prantos
Portões trancados com ferrolhos vermelhos
Os gritos das almas perdidas são tantos
Que vejo meu sangue cair de joelhos
As vozes circulam no ar do mistério
Se torna consolo mesmo momentâneo
Formigas e fungos em seu cemitério
Preenchem vazios de idéias de um crânio
Na solidão sem mulheres nem pão
Pecados alheios cossando na vista
Sexo, línguas, drogas, masturbação
E perversidades que entram na lista
Ó jovens poetas ainda indecisos
Rasgem as folhas, os lápis, os ternos
Sede frieza sem choro sem risos
Esqueçais o céu e cantai os infernos
O subterrâneo é o lar da ciência
A mente é a terra eterna e cabal
Escave e descubra a sua essência
Acima do bem e acima do mal!
De nada que o mundo ache superior
Eu quero as brasas e quero vê-las
Escorrendo em meus olhos, lavando a dor
Quero o fogo, as mágoas e os prantos
Portões trancados com ferrolhos vermelhos
Os gritos das almas perdidas são tantos
Que vejo meu sangue cair de joelhos
As vozes circulam no ar do mistério
Se torna consolo mesmo momentâneo
Formigas e fungos em seu cemitério
Preenchem vazios de idéias de um crânio
Na solidão sem mulheres nem pão
Pecados alheios cossando na vista
Sexo, línguas, drogas, masturbação
E perversidades que entram na lista
Ó jovens poetas ainda indecisos
Rasgem as folhas, os lápis, os ternos
Sede frieza sem choro sem risos
Esqueçais o céu e cantai os infernos
O subterrâneo é o lar da ciência
A mente é a terra eterna e cabal
Escave e descubra a sua essência
Acima do bem e acima do mal!
Eleições
É tanto desespero neste humano
Que os sinos dos neurônios batem lentos
Ritmando nossos poucos movimentos
Nos compassos da mentira e do engano
- Eu tenho... - diz um qualquer - eu tenho um plano
Pra melhorar os nossos momentos
Abolir da Terra os sofrimentos
Um plano curto, leva 3 ou 4 anos...
O povo elege esse louco presidente
De um país que fingimos que tem jeito
Pra não caírmos na tentação diabólica
De desistirmos e botarmos nessas mentes
Que a esperança realiza o mesmo efeito
De boas doses de uma bebida alcóolica!
Que os sinos dos neurônios batem lentos
Ritmando nossos poucos movimentos
Nos compassos da mentira e do engano
- Eu tenho... - diz um qualquer - eu tenho um plano
Pra melhorar os nossos momentos
Abolir da Terra os sofrimentos
Um plano curto, leva 3 ou 4 anos...
O povo elege esse louco presidente
De um país que fingimos que tem jeito
Pra não caírmos na tentação diabólica
De desistirmos e botarmos nessas mentes
Que a esperança realiza o mesmo efeito
De boas doses de uma bebida alcóolica!
A visão ampla de um homem sábio
Nas alamedas do Universo minas
Ó desvairadas noites tão escuras
Velhos humanos, suas rapaduras
Sabem que Marte é bem ali na esquina
Nos caminhos loucos, gravidades
Engravidam as estrelas tortas
Buracos negros abrem suas portas
Criando assim uma maternidade
A voz do eco por vezes enfática
Dói nos ouvidos do cometa surdo
Planetas cegos são um absurdo
Deficiência é intergalática
As luas roxas flutuam nos ares
Colhem as flores no quintal do mundo
Bebem as águas de um poço profundo
E se embriagam nos diversos bares
E o universo num ciclo perfeito
Com cemitérios e muitos enterros
Põe em minha vista os milhões de erros
Das teorias que eu ainda aceito
Ó desvairadas noites tão escuras
Velhos humanos, suas rapaduras
Sabem que Marte é bem ali na esquina
Nos caminhos loucos, gravidades
Engravidam as estrelas tortas
Buracos negros abrem suas portas
Criando assim uma maternidade
A voz do eco por vezes enfática
Dói nos ouvidos do cometa surdo
Planetas cegos são um absurdo
Deficiência é intergalática
As luas roxas flutuam nos ares
Colhem as flores no quintal do mundo
Bebem as águas de um poço profundo
E se embriagam nos diversos bares
E o universo num ciclo perfeito
Com cemitérios e muitos enterros
Põe em minha vista os milhões de erros
Das teorias que eu ainda aceito
Afirmações filiais
Mãe, plantando lágrimas no jardim
Vejo estrelas encobrindo a noite
E um cometa que se faz açoite
Com seus cristais tristonhos sobre mim
A cor da rosa cinza mata o belo
Na tépida afetação humana
Escória perfumada, a ratasana
Louca cospe o sonho e o anelo
Mamãe, a vida é ave em movimento
Que vai voando verde e varonil
Mais embolando a linha desse fio
Que interrompe no exato momento
Quão fino é este fio, ó minha mãe
Para uns cheio de ódio e podridão
Com alimentos vindos do lixão
Para uns alegria e champagne
Na manhã, na aurora escolhida
Quando o mundo trocar Raquel por Lia
Qando romper o véu da fantasia
Mãe, quando a vida se tornar tardia
Quando explodir no céu a estrela-guia
Vou dizer como Clara disse um dia:
"Mãe, nós não somos nada nesta vida"
Vejo estrelas encobrindo a noite
E um cometa que se faz açoite
Com seus cristais tristonhos sobre mim
A cor da rosa cinza mata o belo
Na tépida afetação humana
Escória perfumada, a ratasana
Louca cospe o sonho e o anelo
Mamãe, a vida é ave em movimento
Que vai voando verde e varonil
Mais embolando a linha desse fio
Que interrompe no exato momento
Quão fino é este fio, ó minha mãe
Para uns cheio de ódio e podridão
Com alimentos vindos do lixão
Para uns alegria e champagne
Na manhã, na aurora escolhida
Quando o mundo trocar Raquel por Lia
Qando romper o véu da fantasia
Mãe, quando a vida se tornar tardia
Quando explodir no céu a estrela-guia
Vou dizer como Clara disse um dia:
"Mãe, nós não somos nada nesta vida"
Peripécias no mundo atual ao som da metralha
Há tanto rio que corta a mata morta
Que o trabalho que tratar esse corte
Mata a mata e tranca o trote da morte
Nos trates travados da torre torta
Alta e astuta, tomba e também corta
O rio, a mata, a torre... Com a sorte
De que tudo na tal floresta entorte
E que as frutas todas se tornem horta
Com tato, esse contato natural
Toma tom de contrato e, de fato,
A mata empresta um papel tão fatal
Tramando através das trutas do mato
Cometa de terno terno e astral
Estatiza a torre em momento exato
Que o trabalho que tratar esse corte
Mata a mata e tranca o trote da morte
Nos trates travados da torre torta
Alta e astuta, tomba e também corta
O rio, a mata, a torre... Com a sorte
De que tudo na tal floresta entorte
E que as frutas todas se tornem horta
Com tato, esse contato natural
Toma tom de contrato e, de fato,
A mata empresta um papel tão fatal
Tramando através das trutas do mato
Cometa de terno terno e astral
Estatiza a torre em momento exato
Como eu faço um poema
O pâncreas do piano dorme sossegado
E a insônia coxa caminha no poeta
Sem sonho, sem lápis, sem audácia, injeta
Nas artérias do sono o vício alado
Sem sonho, sem lápis, sem audácia, injeta
Bibliotecas sofrendo dores do parto
Relógios de sangue cantam o tempo farto
No tom da sua parede ambulante e concreta
Relógios de sangue cantam o tempo farto
Baralhos elétricos prestam continência
À ignorante solução e à demência
Do dois de paus que eu, com orgulho, descarto
À ignorante solução e à demência
Rumam as tropas da favela sem espinho
Portas despetaladas, gotas de carinho
Só morrer e matar se tornam incumbência
Portas despetaladas, gotas de carinho
Eu gostaria de cuspi-las na tua alma
E nos penachos que enfeitam o teu trauma
Eu gostaria da tesoura e do sozinho
E nos penachos que enfeitam o teu trauma
Eu gostaria da tesoura e da coragem
De caravelas pra seguir essa viagem
De muitos livros, da razão e de uma calma
E a insônia coxa caminha no poeta
Sem sonho, sem lápis, sem audácia, injeta
Nas artérias do sono o vício alado
Sem sonho, sem lápis, sem audácia, injeta
Bibliotecas sofrendo dores do parto
Relógios de sangue cantam o tempo farto
No tom da sua parede ambulante e concreta
Relógios de sangue cantam o tempo farto
Baralhos elétricos prestam continência
À ignorante solução e à demência
Do dois de paus que eu, com orgulho, descarto
À ignorante solução e à demência
Rumam as tropas da favela sem espinho
Portas despetaladas, gotas de carinho
Só morrer e matar se tornam incumbência
Portas despetaladas, gotas de carinho
Eu gostaria de cuspi-las na tua alma
E nos penachos que enfeitam o teu trauma
Eu gostaria da tesoura e do sozinho
E nos penachos que enfeitam o teu trauma
Eu gostaria da tesoura e da coragem
De caravelas pra seguir essa viagem
De muitos livros, da razão e de uma calma
As pontas do meu chapéu
De manhã, minha criada vem e banha
Esse corpo tão franzino e infantil
Anoitecendo, vem salvar-me desse frio
Com as cantigas populares da Alemanha
Chapéu, três pontas, propriedade e egoísmo...
Pobres neurônios meus entram em convulsão
E junto a ácidos (patológica união)
Fazem da mente o lar do nada e do abismo
Num suicídios de facetas momentâneas
Faço o trajeto do céu ao inferno a pé
Vejo a moontanha indo até o Maomé
Reúno as minhas orações em coletâneas
Ó fonte nobre de toda sabedoria
Ó preces mil destinadas ao diabo
Que as tomando em suas mãos de moço brabo
Lança ao fogo toda a Terra em agonia
Três mil chapéis, algumas mães, milhões de pontas
Duzentas cabras pra satisfazer crianças
E para que as mulherem entrem nas danças
Vários chicotes, tantos que perdi a conta
Aritmética mundana e maldita
Na qual trabalho desleixado e sem afindo
Para diabos, bastam duzentos e cinco
E apenas um, eu, para ser o sibarita!
Esse corpo tão franzino e infantil
Anoitecendo, vem salvar-me desse frio
Com as cantigas populares da Alemanha
Chapéu, três pontas, propriedade e egoísmo...
Pobres neurônios meus entram em convulsão
E junto a ácidos (patológica união)
Fazem da mente o lar do nada e do abismo
Num suicídios de facetas momentâneas
Faço o trajeto do céu ao inferno a pé
Vejo a moontanha indo até o Maomé
Reúno as minhas orações em coletâneas
Ó fonte nobre de toda sabedoria
Ó preces mil destinadas ao diabo
Que as tomando em suas mãos de moço brabo
Lança ao fogo toda a Terra em agonia
Três mil chapéis, algumas mães, milhões de pontas
Duzentas cabras pra satisfazer crianças
E para que as mulherem entrem nas danças
Vários chicotes, tantos que perdi a conta
Aritmética mundana e maldita
Na qual trabalho desleixado e sem afindo
Para diabos, bastam duzentos e cinco
E apenas um, eu, para ser o sibarita!
O que tenho vivido
É amargura o que tenho nessa vida
É angústia acre, azeda e venenosa
Como a abelha que cuspindo sobre a rosa
Destrói e mata a alegria antes florida
É muito esforço para esboçar um riso
Às vezes tento fingir que sou feliz
E alguém rindo da gracinha que eu fiz
É quase sempre a recompensa que preciso
É claro, sei que ninguém acha bacana
Esse menino enjoado que eu sou
Que insistente certo dia pertubou
A diversão de uma Camila e uma Joana
Quando o diabo sobe ao céu e rouba o sol
Vai junto a ele todo o fraco fingimento
E me invade a solidão num só momento
E me congelo "like a Porcelain Doll"
E fecho a cara e fecho o riso e fecho a boca
E eu mergulho nesse óleo podre e roxo
Tiro a camisa e coloco um calção frouxo
Durmo esperando o sol de novo a vida loca
É angústia acre, azeda e venenosa
Como a abelha que cuspindo sobre a rosa
Destrói e mata a alegria antes florida
É muito esforço para esboçar um riso
Às vezes tento fingir que sou feliz
E alguém rindo da gracinha que eu fiz
É quase sempre a recompensa que preciso
É claro, sei que ninguém acha bacana
Esse menino enjoado que eu sou
Que insistente certo dia pertubou
A diversão de uma Camila e uma Joana
Quando o diabo sobe ao céu e rouba o sol
Vai junto a ele todo o fraco fingimento
E me invade a solidão num só momento
E me congelo "like a Porcelain Doll"
E fecho a cara e fecho o riso e fecho a boca
E eu mergulho nesse óleo podre e roxo
Tiro a camisa e coloco um calção frouxo
Durmo esperando o sol de novo a vida loca
domingo, novembro 07, 2004
Naturezas simbolistas
Um toque no ombro, facada na Alma
Raposa veloz que foge sem calma
Buscando refúgio na Furna do Assombro
Facada na Alma, um toque no ombro
A águia gritando, rapina valente
Pendendo em seu bico a Víscera Quente
Estratagema sagrado em meio ao bando
Rapina valente, a águia gritando
A deusa consola o Pranto no mangue
Cordeiro Imolado coberto de sangue
E a Pena desdobra ao som da pistola
O Pranto no mangue, a deusa consola
A límpida água e a seiva bruta
Mergulha num mar de gás e cicuta
A artéria estufada de dor e de mágoa
De seiva bruta e de límpida água
Hienas, morcegos, silêncio e risos
Relatam os fatos extremos, concisos
A adaga no ventre descreve as cenas
Risos, silêncio, morcegos, hienas
A Fossa Brutal, vazio eterno
Hermética vida de mundo e inferno
Chutando lixeiras, janelas do mal
Vazio eterno... A Fossa Brutal!
Raposa veloz que foge sem calma
Buscando refúgio na Furna do Assombro
Facada na Alma, um toque no ombro
A águia gritando, rapina valente
Pendendo em seu bico a Víscera Quente
Estratagema sagrado em meio ao bando
Rapina valente, a águia gritando
A deusa consola o Pranto no mangue
Cordeiro Imolado coberto de sangue
E a Pena desdobra ao som da pistola
O Pranto no mangue, a deusa consola
A límpida água e a seiva bruta
Mergulha num mar de gás e cicuta
A artéria estufada de dor e de mágoa
De seiva bruta e de límpida água
Hienas, morcegos, silêncio e risos
Relatam os fatos extremos, concisos
A adaga no ventre descreve as cenas
Risos, silêncio, morcegos, hienas
A Fossa Brutal, vazio eterno
Hermética vida de mundo e inferno
Chutando lixeiras, janelas do mal
Vazio eterno... A Fossa Brutal!
domingo, outubro 31, 2004
Pedro Roney e o eterno retorno
As fezes tão nobres se tornam adubo
Para as sementes da mãe natureza
Criam-se plantas nas quais eu subo
Das quais me alimento e observo a beleza
O tal alimento retoma a cadeia
Que continuamente vai se repetindo
Como um homem que vem da areia
E volta à areia chorando ou sorrindo
São cartas expulsas que voltam ao jogo
As cenas repetem ao fio e ao cabo
Quem me fez com ferro também fez com fogo
Pouco importa se foi o tal Deus ou o Diabo
Seguindo a doutrina do Eterno Retorno
Vivendo e sendo o Univerno que sou
Descobro a verdade e a coloco no forno
Porque tudo acaba como começou!
Para as sementes da mãe natureza
Criam-se plantas nas quais eu subo
Das quais me alimento e observo a beleza
O tal alimento retoma a cadeia
Que continuamente vai se repetindo
Como um homem que vem da areia
E volta à areia chorando ou sorrindo
São cartas expulsas que voltam ao jogo
As cenas repetem ao fio e ao cabo
Quem me fez com ferro também fez com fogo
Pouco importa se foi o tal Deus ou o Diabo
Seguindo a doutrina do Eterno Retorno
Vivendo e sendo o Univerno que sou
Descobro a verdade e a coloco no forno
Porque tudo acaba como começou!
segunda-feira, outubro 25, 2004
Poema ateu nº 3
Quebro um fio de cabelo e me afogo em uma lágrima
Penetro sua retina tão escura quanto a noite sem lua
Mas a menina dos teus olhos toma-me nas mãos
Brinca um pouco comigo e lança-me aos vazios abissais
De uma hemácia eu faço uma canoa redonda e vermelha
Passeio tranqüilo pelas alamedas saguinárias de teu organismo
És por dentro animail real e irracionalizado
Tua mente não penetra no teu âmago como eu
Por isso, posso falar com toda a propriedade:
Dentro de ti não há alegria, nem paz, nem Deus
Dentro di há gosmas, fluidos, sangue e sangue
Penetro sua retina tão escura quanto a noite sem lua
Mas a menina dos teus olhos toma-me nas mãos
Brinca um pouco comigo e lança-me aos vazios abissais
De uma hemácia eu faço uma canoa redonda e vermelha
Passeio tranqüilo pelas alamedas saguinárias de teu organismo
És por dentro animail real e irracionalizado
Tua mente não penetra no teu âmago como eu
Por isso, posso falar com toda a propriedade:
Dentro de ti não há alegria, nem paz, nem Deus
Dentro di há gosmas, fluidos, sangue e sangue
Poema ateu nº 2
Minha vida rompe a hidrostática
Esparramando mercúrio e pus
O próprio Cristo, o sangue, a cruz
Vem os somar com a tal matemática
Nossa torcida se exalta fanática
Quando os romanos humilham Jesus
Colocam madeira sobre os ombros nus
Queima discursos e partem pra prática
Quando pressão, antes atmosférica,
Vem se tornar a pressão popular
Deus chuta a Terra, essa massa esférica,
Mata seu filho, constrói um altar
Faz terremotos com ira colérica
E finque que é bom para melhor passar!
Esparramando mercúrio e pus
O próprio Cristo, o sangue, a cruz
Vem os somar com a tal matemática
Nossa torcida se exalta fanática
Quando os romanos humilham Jesus
Colocam madeira sobre os ombros nus
Queima discursos e partem pra prática
Quando pressão, antes atmosférica,
Vem se tornar a pressão popular
Deus chuta a Terra, essa massa esférica,
Mata seu filho, constrói um altar
Faz terremotos com ira colérica
E finque que é bom para melhor passar!
Poema ateu nº 1
Não sei mais o que fazer, meu caro amigo,
Já parei de acreditar nesse tal deus
Já andei sobre as brasas de um adeus
Desafiando o Senhor e o perigo
Mesmo guiando os meus passos, guio mal
Mas jamais concederia à divindade
O poder de decidir, a liberdade
De escolher o meu caminho e meu final
Se todos são marionetes do Senhor
Eu desafio-o pra que saiba meu futuro
E o que disser, podes crer, eu asseguro
Faço o completo oposto ao que falou
Não sou criança desmamada ou menino
Que luta impotente contra o mundo
Pode até mesmo que seja um vagabundo
Mas não sou Édipo, eu que faço meu destino.
Já parei de acreditar nesse tal deus
Já andei sobre as brasas de um adeus
Desafiando o Senhor e o perigo
Mesmo guiando os meus passos, guio mal
Mas jamais concederia à divindade
O poder de decidir, a liberdade
De escolher o meu caminho e meu final
Se todos são marionetes do Senhor
Eu desafio-o pra que saiba meu futuro
E o que disser, podes crer, eu asseguro
Faço o completo oposto ao que falou
Não sou criança desmamada ou menino
Que luta impotente contra o mundo
Pode até mesmo que seja um vagabundo
Mas não sou Édipo, eu que faço meu destino.
domingo, outubro 24, 2004
O que dá para poesia?
Os temas os mais prosaicos dão para a poesia
A rapariga que já dá para todos também dá para poesia
A "miota" dos papudinhos de manhã cedo, essa sim dá para a poesia
O casal comportado praticando sexo anal cabe na poesia
Uma ocasional ereção do Professor Chaminé, além de milagre, é matéria de poesia
Um gato brincando com uma bola numa confusão de bola-gato serve para a poesia
Cheiradores de cola, maconheiros, pixadores ociosos, eu, marginais, traficantes, enfim,
os maus elementos da sociedade atual são um diamante para a poesia
As músicas da banda Meine Eier e seus solos de contra-baixo são pérolas de poesia
Um conteúdo programático positivo sobre homossexualidades dá para a poesia
Melhor, as viadagens em geral dão (e como dão!) para poesia
Dar um xeque-mate de peão, matar um lezado com facadas num jogo de CS,
Roubar doces de crianças ou até mesmo roubar as crianças dos doces
(para os de pensamento lento, isso é seqüestro infantil) são úteis para a poesia
Colocar clara de ovo na bunda de um rapaz dormindo a fim de
quando ele acordar pensar que gozaram nele é válido para a poesia
A escória, o lixo, as pregações de Cristo, as promessas de Lula, as falsidades, as mentiras, as falácias,
tudo isso é sem dúvida muito utilizado na poesia
As quadrinhas do Afonso, as redações do Pedro Henrique são verdadeiras poesias
Tudo, enfim, Tudo se mete na poesia e tudo dá para a poesia!
A rapariga que já dá para todos também dá para poesia
A "miota" dos papudinhos de manhã cedo, essa sim dá para a poesia
O casal comportado praticando sexo anal cabe na poesia
Uma ocasional ereção do Professor Chaminé, além de milagre, é matéria de poesia
Um gato brincando com uma bola numa confusão de bola-gato serve para a poesia
Cheiradores de cola, maconheiros, pixadores ociosos, eu, marginais, traficantes, enfim,
os maus elementos da sociedade atual são um diamante para a poesia
As músicas da banda Meine Eier e seus solos de contra-baixo são pérolas de poesia
Um conteúdo programático positivo sobre homossexualidades dá para a poesia
Melhor, as viadagens em geral dão (e como dão!) para poesia
Dar um xeque-mate de peão, matar um lezado com facadas num jogo de CS,
Roubar doces de crianças ou até mesmo roubar as crianças dos doces
(para os de pensamento lento, isso é seqüestro infantil) são úteis para a poesia
Colocar clara de ovo na bunda de um rapaz dormindo a fim de
quando ele acordar pensar que gozaram nele é válido para a poesia
A escória, o lixo, as pregações de Cristo, as promessas de Lula, as falsidades, as mentiras, as falácias,
tudo isso é sem dúvida muito utilizado na poesia
As quadrinhas do Afonso, as redações do Pedro Henrique são verdadeiras poesias
Tudo, enfim, Tudo se mete na poesia e tudo dá para a poesia!
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